O que as empresas podem fazer para além dos programas de bem-estar?

Categoria(s): Qualidade de Vida & RH
22 de setembro de 2022
por Gabriela Rodrigues

Cada vez mais, a saúde e a qualidade de vida têm estado no foco das organizações. Diversas ações têm sido feitas neste sentido, mas a pergunta é: o que fazer para além dos programas de bem-estar?

A pandemia, o distanciamento social e a adoção do home office, fizeram com que a maioria das pessoas se sentisse sobrecarregada, tendo que dar conta dos afazeres domésticos, família, filhos e ser ainda atender às demandas do trabalho. O resultado foi um aumento expressivo do nível de estresse.

Neste contexto, a saúde mental tornou-se tão relevante que, pra se ter uma ideia, a busca no Google sobre como mantê-la foi um dos temas mais pesquisados em 2021.

Assim, cientes da necessidade de cuidar das pessoas dos seus times, as companhias intensificaram as iniciativas voltadas para a promoção do bem-estar.

No entanto, de acordo com o Diagnóstico do bem-estar organizacional na América Latina, produzido pela consultoria Willis Towers Watson (WTW), programas adotados isoladamente que funcionavam como paliativos para questões do dia a dia não são mais suficientes para atender às necessidades que surgem. “Ter uma estratégia de bem-estar bem desenhada, implementada e comunicada é certamente um diferencial competitivo e ajudará sua organização a atrair e reter os melhores talentos produzindo um impacto
positivo nos negócios”.

Por onde começar?

Em primeiro lugar, é preciso reunir e analisar dados de diferentes fontes. Aqui, é importante considerar o que o público interno diz. Segundo a WTW, 69% das organizações que participaram da pesquisa utilizam estratégias de escuta (pesquisa, grupo de foco virtuais) para identificar os desejos e as necessidades dos diferentes grupos.

Ainda nessa etapa inicial, considere fazer um levantamento dos programas que a empresa possui e as prioridades da organização. Dessa forma, é possível entender as lacunas e definir quais ações são mais importantes.

E o que fazer para além dos programas de bem-estar?

1. Disposição para mudar

A organização, em especial a alta liderança, precisa estar disposta a enxergar os pontos que precisam ser ajustados e promover mudanças efetivas. Atualmente, existem plataformas de bem-estar e consultorias que realizam diagnósticos sobre o ambiente de trabalho e que realizam, por exemplo, capacitações junto à liderança sobre a importância de mudanças na estrutura de trabalho.

A partir de diagnósticos como esse, é possível que a empresa tenha que lidar com questões complexas de serem resolvidas. Se isso acontecer, ter um plano com pequenos passos para que, aos poucos e de maneira contínua, o resultado apareça é fundamental. Estabeleça como objetivo ter um ambiente psicologicamente seguro.

2. Invista na comunicação

A comunicação deve ser vista sob diferentes aspectos. Um deles é em relação a manter um canal aberto para que as pessoas possam recorrer em caso de dúvidas ou queixas. É importante incentivar o uso sempre que necessário e, se for o caso, destacar o sigilo. Assim, as pessoas podem se sentir encorajadas por saberem que a informação será tratada com discrição.

Por outro lado, também cabe à liderança e ao RH observar possíveis sinais de que algo não está bem com profissionais da empresa. Mudanças de humor, de comportamento, queda brusca na produtividade, aumento de faltas, alterações até mesmo na aparência e na comunicação devem ser considerados. Nesses casos, ter a iniciativa e puxar uma conversa pode fazer a diferença.

Pra quem está à frente de alguma equipe, outro fator essencial é a comunicação constante. Ter clareza sobre os projetos, os objetivos e o que está acontecendo na companhia contribui para evitar ansiedade. Isso contribui pra que o nosso cérebro tenha informações suficientes para planejar um futuro próximo.

Essa comunicação se tona ainda mais necessária para os times que atuam distantes – o que se tornou mais comum com a pandemia. Mas isso não quer dizer mais reuniões. Mensagens podem produzir o mesmo efeito, de aproximar.

3. Avalie a carga de trabalho

O excesso de trabalho só produz pessoas cansadas e estressadas, que levam mais tempo pra concluir suas tarefas. Por isso, avaliar como está a distribuição de trabalho entre as pessoas do time precisa estar em as ações que ajudam a preservar a saúde mental de quem atua na empresa.

Identifique os membros do time que estiverem nessa situação e veja de que forma é possível distribuir as atividades entre os demais. Ao verificar o volume de trabalho, se certifique quanto à necessidade e possibilidade de contratação de mais profissionais.

Quando o assunto é saúde mental, precisamos ter em mente que as pessoas precisam estar no centro dessas ações e, assim como as demais iniciativas da organização são planejadas e estruturadas, as que envolvem o tema também precisam ser. Por isso, é tão importante levar em conta fatores mais amplos para que elas sejam efetivas e colaborem para a promoção da qualidade de vida das pessoas que atuam em nossos times.

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